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NETWORK PLAYER STREAMER CAMBRIDGE AUDIO AZUR 851N – Edição 265

Foi uma surpresa receber, na sequência do streamer CXN V2 da Cambridge, o Azur 851N. É muito bom quando o importador consegue disponibilizar todas as séries, da de entrada à mais sofisticada (a Mediagear disse que assim que tiver o Edge, também será enviado).

Vencedor do prêmio What Hi-Fi Awards 2018, como o melhor streamer premium do Reino Unido, o Azur 851N vem colecionando prêmios e excelentes críticas mundo afora desde o seu lançamento.

O Azur 851N faz parte da série 851 que, até o lançamento da linha Edge, era a série top de linha deste fabricante. Assim como o CXN, ele funciona como um pré amplificador e pode ser conectado diretamente à um power, pois possui uma saída de volume controlada por um processador de sinal digital Blackfin de 32 bits.

O sinal digital passa por dois DACs da Analog Devices de 24 bits, em modo diferencial duplo, o que permite que cada canal processe os sinais separadamente, o que segundo os engenheiros da Cambridge se define em melhor precisão.

O design do 851N é mais “conservador” nas linhas que o CXN, mas sua estrutura feita de alumínio em um acabamento polido, tanto em prata como em preto, imediatamente demonstra ser um streamer de outro “campeonato”.

A tela de 11 cm parece ser muito semelhante à do CXN, mas é ligeiramente maior na apresentação da capa dos discos e tem melhor definição à maiores distâncias. Todos os comandos do painel estão colocados enfileirados da esquerda para a direita, o que facilita a identificação dos comandos e evita que acionemos o comando errado (como muitas vezes eu fiz no CXN).

Seu controle remoto é bem intuitivo, mas continuei preferindo o uso do aplicativo Cambridge Connect, que funciona tanto para iOS quanto Android, e continua sendo a melhor maneira de acessar sua música – tudo à mão, seja no tablet ou no smartphone (para ser sincero, eu só fiz uso durante o teste do controle remoto quando estava usando meu celular e precisava pausar a música). Achei também mais fácil o acesso às estações de rádio, quando ligado na mesma rede do streamer.

Eu só não indico conectar o Azur (e nem qualquer outro streamer) via Wi-Fi – sempre opte por conectá-lo à rede física, pois a diferença na qualidade do áudio é enorme!

Os arquivos de música em rede até 24-bit/192 kHz podem ser transmitidos e ampliados para 24-bit/384 kHz no seu PC, laptop ou unidades NAS. E em relação à compatibilidade de arquivos, ele pode lidar com tudo desde DSD64 à FLAC e WAV.

O 851N está munido de saídas analógicas RCA e XLR e, caso você utilize um DAC externo (meu caso) ele tem duas saídas digitais: coaxial e óptica (dê sempre preferência à coaxial, pois se mostrou muito melhor).

Em relação a entradas digitais, o 851N possui duas entradas ópticas e coaxiais, uma entrada USB assíncrona para o uso de laptop, e três USB (soquete padrão), sendo uma no painel da frente e duas no painel traseiro, para a conexão de discos rígidos externos e pendrives de memória. Todas as entradas digitais são capazes de reproduzir arquivos de alta resolução 24-bit/192 kHz.

Pessoalmente, gostaria de uma saída AES/EBU, já que a qualidade do 851N poderia ser ainda melhor aproveitada quando ligada à um DAC externo que tenha maior qualidade que o DAC interno do 851N.

Quem leu meu teste do CXN V2 irá se lembrar que separei a nota daquele streamer em três. Uma com ele funcionando como pré de linha digital, outra com seu DAC interno, e outra como streamer com a parceria com um DAC externo.

Pois bem, fiz o mesmo com este Azur. Então começo pelas minhas observações usando o 851N ligado diretamente aos powers Classic da Nagra, com a saída RCA. Esqueça! Se não for por uma emergência daquelas inadiáveis (tipo: seu pré está no estaleiro), fuja deste setup. O som é totalmente engessado, falta corpo, extensão nos dois extremos, e aquela sensação de letargia em andamentos e ritmos mais intensos. Não entendo a razão do fabricante insistir em oferecer este recurso, justamente quando ele depõe contra a qualidade do produto. Pois o Azur 851N é um excelente streamer!

Seria mil vezes mais interessante ele vir com um bom amplificador de fone de ouvido do que este pré de linha digital. Mas, como todo ser humano carrega suas idiossincrasias pela vida afora, não acredito que os engenheiros da Cambridge escutarão um editor de um país do terceiro mundo.

Ouvindo Seus DACs Internos

Ele, fazendo o trabalho de converter o sinal digital em analógico, se mostrou bem mais competente que o seu irmão mais humilde. Achei bem decente, com equilíbrio tonal correto, boa imagem (ainda que com pouca profundidade), mas um foco e recorte preciso e ótimas largura e altura. Andamento, tempo e precisão nos transientes, muito boa a micro e macrodinâmica, bom corpo harmônico e uma ausência de fadiga auditiva em gravações de qualidade. É um DAC superior em todos os aspectos ao que o CXN V2 utiliza. O que justifica integralmente seus prêmios e críticas positivas mundo afora.

Mas, se queres extrair todo o potencial do 851N, utilize um DAC externo. Ligado ao TUBE DAC da Nagra pela entrada coaxial, ele se mostrou um excelente streamer. Ouvi toda a minha playlist no Tidal, e pude comparar diretamente com o CXN V2, e é outro nível.

Melhor silêncio de fundo, maior arejamento, inteligibilidade, micro e macrodinâmica, nos fazendo, nas melhores gravações, ouvir com prazer e até aceitar que, na falta da mídia física, consiga apreciar aquela apresentação.

E no caso específico meu, que só ouço no Tidal discos que não possuo em mídia física, tornou-se um deleite conhecer tantas obras e artistas que eu desconhecia!

O Azur 851N também se mostrou muito mais exigente com os cabos de força, assim como os cabos de interconexão utilizados. Como no CXN V2, os dois cabos de força com melhor resultado foram Feel Different e o Sunrise Lab Quintessence. E também vale um teste com alguns cabos digitais coaxiais, caso você opte por um conversor externo. Enquanto ele esteve em teste (por quase 75 dias) ligado à rede, não teve nenhum problema de travar ou não atender aos comandos diretos do meu smartphone.

CONCLUSÃO

Este é o grande filé do mercado de áudio, e só irá crescer com crise ou sem crise. Escolher o streamer definitivo será, daqui para frente, cada vez mais complicado.

Então buscar produtos de empresas que tenham uma sólida reputação no mercado, e produtos já testados e consagrados, pode ser um ponto de partida interessante.
Os pergaminhos do Azur 851N são mais do que confiáveis. Se estiver dentro do seu orçamento, e é praticidade e qualidade que você procura, coloque-o na sua linha de produtos a serem escutados.

Pode perfeitamente bem ser o streamer definitivo para o seu sistema (seja usando-o com seu DAC interno, ou com um conversor de mais alto nível externo).


PONTOS POSITIVOS

Excelente construção, funcionalidade e versatilidade.

PONTOS NEGATIVOS

A insistência em manter o pré digital.


ESPECIFICAÇÕES
DACSDuplo AD1955 de 24-bits da Analog Devices
Filtro digital2ª geração ATF2 up-sampling para 24-bit/384kHz. Modos: Linear Phase, Minimum Phase, ou Steep.
Filtro analógicoBessel diferencial de 2 pólos com servo DC (para saídas XLR e RCA)
Entradas de áudio digital1 x AES / EBU, 2 x S / PDIF coaxial e 2 x TOSLINK óptico
Saídas de áudio analógicoXLR balanceadas e RCA não balanceadas
Formatos de áudioALAC, WAV, FLAC, AIFF, DSD (x64), WMA, MP3, AAC, AAC, AAC +, OGG Vorbis
Dimensões (L x A x P)430 x 115 x 360 mm
Peso8,1 kg

CAMBRIDGE AUDIO AZUR 851N usado com seu pré de linha digital

Equilíbrio Tonal 8,0
Soundstage 7,0
Textura 7,0
Transientes 8,0
Dinâmica 7,0
Corpo Harmônico 7,0
Organicidade 7,0
Musicalidade 7,0
Total 58,0

CAMBRIDGE AUDIO AZUR 851N com seu DAC interno

Equilíbrio Tonal 9,5
Soundstage 9,5
Textura 9,5
Transientes 10,0
Dinâmica 9,5
Corpo Harmônico 9,5
Organicidade 10,0
Musicalidade 10,0
Total 77,5

CAMBRIDGE AUDIO AZUR 851N com seu DAC externo

Equilíbrio Tonal 10,5
Soundstage 10,0
Textura 10,5
Transientes 11,0
Dinâmica 10,0
Corpo Harmônico 10,0
Organicidade 10,0
Musicalidade 12,5
Total 84,5

Link para o teste completo: