Continuando com os testes dos produtos Roksan, importados pela Mediagear, desta vez iremos testar o amplificador integrado K3, que faz par com o DAC testado na edição passada. A linha K da Roksan compartilha os mesmos materiais entre si, como o alumínio e o aço, diferenciando apenas nas conexões e nos botões de operação. O integrado que veio para teste tem o mesmo acabamento que o DAC já testado: painel frontal alumínio com acabamento texturizado na cor ‘charcoal’, ou carvão, e também opcionalmente em mais duas opções: ‘anthracite’ ou ‘opium’.
O K3 vem recheado com um pré de phono interno para cápsulas MM, amplificador para fones de ouvido, e a tecnologia bluetooth aptX® para streaming, além de cinco entradas RCA e de bypass comutável. O que me deixou triste foi não encontrar uma entrada balanceada XLR neste belo integrado, já que o DAC K3 possui saídas balanceadas. Seria ótimo poder ligar o DAC ao amp via XLR – uma pena. Outra coisa que joga contra este integrado são os seus terminais de caixa, como na caixa acústica Dynaudio Emit M30 testada nesta edição, os terminais do K3 só aceitam conectores do tipo banana ou fio direto. Some a isto o fato dos terminais serem bem próximos uns dos outros, o que me fez perder um bom tempo me certificando de que os conectores spade do cabo de caixa não se tocassem.
Além deste recheio interno, a sessão de amplificação agrada bastante pela robustez do conjunto, que conta com um transformador toroidal de 550 VA que proporciona potência máxima de 140 W em 8 Ω, e 220 W em 4 Ω, resposta de freqüência de 3 Hz a 100 kHz (-3 dB), distorção harmônica de <0,005% (1 kHZ – 14 W @ 8 Ω) e relação sinal ruído de >90 dB (entrada de linha). Para resfriá-lo, a parte inferior do gabinete possui uma abertura central onde se encontram os dissipadores de calor. O conjunto todo pesa 14 kg.
O controle remoto é bastante completo, e com ele opera-se o amplificador, o DAC, os serviços de streaming e o CD-Player, da mesma linha, de maneira fácil e intuitiva, e vem com o maravilhoso botão de mute, muito útil para quem utiliza toca-discos de vinil.
Eu estava ansioso para testar o integrado, pois o DAC se saiu muitíssimo bem, o que gerou uma expectativa enorme quanto ao desempenho do amplificador. Confesso que a espera valeu a pena, pois o integrado cruzou a porta da sala de audição, desembalei-o e foi direto para o rack, para audições na mesma hora!
Iniciamos o teste com os equipamentos: CD-Player e Transporte Luxman D-06, toca-discos de vinil Technics SP-10 com braço Linn e cápsula 2M Bronze. Caixas acústicas: Dynaudio Focus 260 MkII, Dynaudio Emit M30 e Pioneer SP-FS52 By Andrew Jones. Cabos de força: Transparent MM2, Sunrise Lab Reference (modelo anterior). Cabos de interconexão: Sunrise Lab Premium RCA, Sunrise Lab Reference Magic Scope RCA, Emotiva MUSB 2.0-2 LengthUSB, Curious USB. Cabos de caixa: Transparent Reference XL MM2, Sunrise Lab Reference (modelo anterior).
É incrível como tanto o DAC quanto o integrado já saem da caixa tocando bem. A sonoridade é agradável e quente logo nas primeiras horas de uso. Os extremos são mais apagados que no DAC nas primeiras horas de amaciamento, então desencanei e deixei tocando por 350 horas e então comecei os testes com Dire Straits, disco Brothers in Arms, faixa 4. Confesso que fiquei muito animado com o som fluido e relaxado que o K3 entregava para as caixas. Os agudos estavam na medida certa, o saxofone não invadia a sala, se projetando a frente do restante dos instrumentos, nem soava agressivo.
Logo depois coloquei o disco do Wynton Marsalis, Magic Hour, faixa 1. O amplificador se mostrou poderoso lidando com as diferentes variações de dinâmica com tranqüilidade e sem endurecer nas passagens de trompete, nem com voz poderosa da Dianne Reeves, que trava uma verdadeira batalha com Wynton Marsalis, no melhor estilo Kansas City (filme). Passamos para a faixa seis do mesmo disco, e o trabalho da bateria está fantástico, cheio de detalhes de micro-dinâmica e texturas de pele, dignos de amplificadores mais caros que ele. A precisão rítmica também é outro ponto forte deste integrado – os transientes são de ótimo nível. No K3, não temos aquela sensação de que o contrabaixo está deslocado ritmicamente do restante dos instrumentos, o piano faz um solo preciso, e o K3 mostra toda a técnica de digitação do pianista com pegada e intencionalidades de alto nível.
Uma característica bacana deste amplificador é a forma como ele controla muito bem as caixas, impedido que o som endureça nas passagens de maior dinâmica, principalmente nas altas onde é fácil perceber a limitação de qualquer amplificador.
Ao contrário do DAC, que não se deu muito bem com o cabo de força da Transparent, o integrado cresceu bastante com a adição do cabo. Claro que é inviável se ter um cabo deste nível neste amplificador, mas o fato dele crescer e mostrar ainda mais detalhes e ganhar em equilíbrio tonal, mostrando o quanto ele é refinado e suscetível à mudança de cabos de força, abre um leque bastante variado de combinações com os cabos de interconexão, que também trazem benefícios para o amplificador.
O Roksan K3 não foge do gênero erudito ou música clássica, ele tem força e controle suficientes para dar conta de passagens que são verdadeiras pedreiras para qualquer amplificador. Com ele ouvi Mahler, Beethoven e Anton Bruckner com muito prazer, sem vê-lo esmorecer nem uma vez. O que lhe falta em refinamento, em micro-dinâmica, ele compensa com largura e profundidade de palco que supera as expectativas de um amplificador nesta faixa de preço.
Para finalizar as audições e devolvê-lo, fiz a saideira com o grupo nada ortodoxo Hypnotic Brass Ensemble, álbum New York City Live, faixa 5. Não é nada audiófilo, mas é divertidíssimo e tem uma mistura de ritmos e uma musicalidade maravilhosa!
CONCLUSÃO
O Roksan K3 é um amplificador integrado realmente apaixonante. Suas qualidades superam e muito os seus defeitos, seu casamento com caixas de diferentes níveis de qualidade e com sensibilidades variadas o coloca um passo à frente de seus concorrentes.
PONTOS POSITIVOS
Conexão Bluetooth. Controle remoto completo. Som dinâmico e envolvente.
PONTOS NEGATIVOS
Falta conexão balanceada, que existe no DAC. O pareamento Bluetooth é rápido e fácil, mas às vezes a música engasga.
ESPECIFICAÇÕES
Entradas | – Linha (x 5) – Phono (somente MM) – Bluetooth – Bypass |
Bluetooth | Tecnologia aptX® |
Impedância de entrada | 47 kΩ |
Sensibilidade de entrada de linha | 440 mV @ 140 W / 8 Ω |
Saídas | – Caixas (L & R) – Pré-amplificador – Fones de ouvido |
Separação de canais | – 100 dB @ 1 kHz – 80 dB @ 20 kHz |
Potência de saída | – 140 W (8 Ω) – 220 W (4 Ω) |
Fonte de alimentação | 550 VA Transformador Toroidal |
Resposta de frequência | 3 Hz a 100 kHz (-3 dB) |
Ganho | 37.5 dB (75x) |
Distorção harmônica | <0.005% (1 kHZ – 14 W @ 8 Ω) |
Consumo | – Standby: <25 W – 330 W (na potência máxima em 8 Ω) – 550 W (na potência máxima em 4 Ω) |
Relação sinal/ruído | |
Dimensões (L x A x P) | |
Peso |
AMPLIFICADOR INTEGRADO ROKSAN K3 (COM FUSÍVEL ORIGINAL)
Equilíbrio Tonal 10,5
Soundstage 10,0
Textura 10,0
Transientes 10,5
Dinâmica 10,5
Corpo Harmônico 10,0
Organicidade 10,0
Musicalidade 10,5
Total 82,0
VOCAL: 9,5
ROCK . POP : 9,5
JAZZ . BLUES: 9,5
MÚSICA DE CÂMARA: 9,0
SINFÔNICA: 9,0
Link para o teste completo: