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AMPLIFICADOR INTEGRADO HEGEL H95 – Edição 268

A Mediagear, importadora oficial da Hegel no Brasil, disponibilizou para teste um exemplar do amplificador integrado novo H95, lançado este ano. Ele será o substituto do H90 (2018), testado por nós na edição 237.

Externamente o H95 é igual ao H90, mesma cara, mesmo painel e chassi e mesma tela OLED e saída de fone de ouvido 6,3 mm no painel frontal. A potência é de 2x 60 W em 8 Ω, carga mínima de 2 Ω, resposta de frequência de 5 Hz -100 kHz, relação sinal-ruído maior que 100dB, distorção menor que 0,01% (@ 25 W / 8 Ω / 1 kHz), fator de amortecimento maior que 2.000 (estágio de saída de principal), dimensões de 43 cm x 10 cm x 31 cm (L x A x P), e peso com embalagem de 10,6 kg.

As conexões no painel traseiro continuam as mesmas: duas entradas RCAs, três entradas ópticas Toslink, coaxial digital, USB e rede, além de uma saída variável RCA. O que distingue mesmo o H95 de seu antecessor está na parte interna do gabinete, que culmina em uma sonoridade mais próxima do H120 e H190, já que o H95 compartilha a tecnologia SoundEngine2 e o chip de rede e DAC USB AK4490 de 32 bits, com 2 canais de arquitetura VELVET SOUND, da AKM, que suporta até 768 kHz PCM e 11,2 MHz em DSD, tem suporte ao Spotify Connect e conexão UPnP mais estável, além de compatibilidade com AirPlay e, em breve, AirPlay2 por meio de atualização de firmware. Infelizmente a Hegel insiste em não dar suporte ao Roon como end point. É uma pena, pois este recurso além de ser absolutamente melhor que o MConect como player, oferece um resultado sonoro melhor em todos os sentidos.

O controle remoto é o mesmo do H90 e, sinceramente, acho melhor que o oferecido nos modelos H360 em diante. Não tem a “opulência” do alumínio, mas tem ergonomia, tato e uma precisão que o controle top jamais teve. Você pode literalmente apontar o controle para o teto, pode se afastar lateralmente do aparelho e apontar para um vão enorme e ainda assim o Hegel irá responder aos comandos do controle. Tente fazer isto com o de alumínio.

Aparentemente o H95 também traz o mesmo incremento na sonoridade observado no H120, o que seria uma ótima, pois aquele médio-grave mais coerente no H120, se estiver presente no H95, faria com que as audições se tornassem ainda mais prazerosas.

COMO TOCA

Para o teste utilizamos os seguintes equipamentos, ligados ao amplificador integrado Hegel H95. Fontes: Innuos Zen mini MK3 com fonte externa. Cabos de força: Transparent MM2 e Sunrise Lab Illusion MS. Cabos de interconexão: Sunrise Lab Illusion MS RCA e coaxial digital, USB Curious, e USB Sunrise Lab Illusion. Cabo de caixa: Sunrise Lab Illusion MS. Caixa acústica: Neat Ultimatum XL6 e Q Acoustic 3020i. Fone de ouvido: Sennheiser HD800.

O tempo de amaciamento do Hegel H95 foi de 280 horas, aproximadamente. Suas primeiras músicas em nosso sistema de referência não tiveram o mesmo impacto do H120, que já saiu tocando muito bem. Usando a entrada analógica, o H95 soava como um aparelho realmente novo com zero de amaciamento, duro e sem extensão nos dois extremos. O grave era bastante engessado e com pouca articulação. Por incrível que possa parecer, esta sensação diminuía bastante quando utilizado o DAC interno via USB. Como era de se suspeitar, o DAC realmente evoluiu bastante a ponto de, nas primeiras 100 horas, tocar melhor com mais extensão nos extremos e menos “pilhado” que a entrada analógica.

Após o amaciamento do aparelho, começamos com o disco da Holly Cole Trio – It Happened One Night, faixas 1, 2, 5 e 6. A dureza que havia no início do amaciamento deu lugar à um relaxamento muito interessante: no H90 quando chegou exatamente neste mesmo ponto de relaxamento, algumas destas músicas tinham um dedo de letargia e outras não – já com o H95 aquela sensação de “ao vivo”, de pegada e de que os músicos estavam todos ligados estava presente o tempo todo e em todas as músicas, inclusive na faixa 6 que é uma levada mais calma e cheia de intencionalidades, mesmo no maravilhoso solo do guitarrista que soube captar bem a essência da letra e aquele ar de música do campo, e ainda assim ele está lá ligado fazendo tudo com extrema atenção. A mão direita do piano não ficava no limite de estourar as notas como no H90, e tinha uma disposição no palco sonoro mais coerente, também. O H95 não traz uma revolução, ele é sim uma evolução do H90, ele caminha para frente e não de lado, mas as mudanças são mais no sentido de lapidação da sonoridade que já existia no H90.

O mesmo se apresentou ouvindo Hadouk Trio, disco Air Hadouk faixas 1, 2, 10 e 12. Na faixa 10, em que o percussionista não deixa a nuvem de pratos caírem por nada, o relaxamento na sonoridade dos pratos permite a estes cintilarem, e o sax soprano não soar cansativo. Mesmo nas faixas 1, 2 e 12, que não é mais sax soprano, mas sim um bambu sax, e neste instrumento tudo fica “craquelado”, estridente e bastante ruidoso, consegue-se extrair um bom conforto auditivo. Querer timbres e texturas neste instrumento é uma tarefa ingrata para qualquer parte de um sistema de áudio, e nos equipamentos mais abaixo é quase impossível. Ainda assim, o H95 não faz feio e entrega um instrumento agradável de ouvir e com ótima extensão.

Os 60W do H95 são suficientes para empurrar uma quantidade enorme de caixas de seu patamar e acima. No caso da Neat, como ela é uma caixa com um falante isobárico e outro virado para baixo, e tem sensibilidade baixa, o H95 teve dificuldade em trazer uma apresentação mais equilibrada, principalmente no que se refere a deslocamento de ar. Já com a book Q Acoustics 3020i, ele se deu muito bem, com fôlego e disposição, em controlar a caixa por completo, apresentando um nível de conforto auditivo e uma apresentação mais calma, menos tensa, na verdade. Por este motivo sugiro fortemente uma book ou torres como a Q Acoustics 3050i, KEF R7 ou a Monitor Audio linha Bronze ou Silver, que são caixas acústicas com maior sensibilidade e falantes mais fáceis de dominar.

No início do amaciamento, observei que o DAC via USB tocava melhor que a entrada analógica, pois após o amaciamento, quando usado o DAC interno do Innuos e a saída RCA do mesmo, há uma leve vantagem para o RCA, mas quando se utiliza poder de fogo real, como é o caso do DAC Hegel HD30, esta diferença cresce exponencialmente em favor do RCA.

Já com fone de ouvido, o resultado é muito bom, à amplificação controla muito bem o fone de ouvido, o que é uma maravilha. Os timbres são ótimos e não falta fôlego para empurrar o fone tirando aquela sensação do palco “de cima da cabeça”.

CONCLUSÃO

A Hegel sabe aonde quer chegar, e com o H95 ela se coloca novamente à frente de seus principais concorrentes. A evolução continua caminhando para frente em pontos em que o consumidor nem sempre espera, mas que, ao ouvir, logo percebe que é aquele o som que desejava e não sabia.


PONTOS POSITIVOS

Mostrador OLED. Ainda mais compatibilidade com caixas acústicas de marcas e assinaturas diferentes. Compatibilidade com programas e serviços de streaming de música. Possibilidade de atualizações de firmware e acesso à novas plataformas.

PONTOS NEGATIVOS

Não tem entrada balanceada XLR.


ESPECIFICAÇÕES
Saída2x 60 W em 8 Ω
Carga mínima2 Ω
Entradas analógicas2x RCA
Entradas digitais1x coaxial RCA, 3x ótica, 1x USB, 1x Rede
Saída de linha1x RCA variável
Saída para fones6.3 mm no painel frontal
Resposta de frequência5 Hz – 100 kHz
Relação sinal/ruído100 dB
Crosstalk<-100 dB
Distorção<0.01% (@ 25 W / 8 Ω / 1 kHz)
Intermodulação<0.01% (19 kHz + 20 kHz)
Fator de amortecimento2.000 (estágio de saída principal)
Dimensões (L x A x P)43 x 10 x 31 cm
Peso10,6 kg (embalado)
AcabamentoBlack

AMPLIFICADOR INTEGRADO HEGEL H95 (com o uso do DAC interno)

Equilíbrio Tonal 10,5
Soundstage 10,5
Textura 10,5
Transientes 10,5
Dinâmica 10,5
Corpo Harmônico 10,5
Organicidade 10,5
Musicalidade 10,5
Total 84,0

AMPLIFICADOR INTEGRADO HEGEL H95 (com o uso do DAC externo)

Equilíbrio Tonal 11,0
Soundstage 11,0
Textura 11,0
Transientes 11,0
Dinâmica 11,0
Corpo Harmônico 11,0
Organicidade 10,5
Musicalidade 11,0
Total 87,5

VOCAL: 10,0
ROCK . POP : 10,0
JAZZ . BLUES: 10,0
MÚSICA DE CÂMARA: 10,0
SINFÔNICA: 10,0

Link para o teste completo:

https://clubedoaudio.com.br/edicao-268/teste-2-amplificador-integrado-hegel-h95/