Esse teste era para ser primeiro o integrado Roksan Attessa e, na sequência, o Transporte de CD. Porém assim que ambos chegaram, recebemos a notícia que o integrado havia sido vendido e era o último em estoque.
Então invertemos a ordem, e assim que a Mediagear receber um novo lote, apresentaremos nossa avaliação do integrado.
A princípio fiquei na dúvida se seria interessante testar o Transporte sem seu par de dança, mas assim que o colocamos para trabalhar com o DAC Gold Note e com o Nagra TUBE DAC, ligado pela sua única saída digital (coaxial), vimos que ele era perfeitamente capaz de se juntar a outros DACs e fazer bonito!
Seu design é bastante slim, e possui um painel limpo, que me agrada bastante. Mas não se enganem com essa aparente simplicidade, pois o que ele se propõe a fazer o faz de forma muito precisa e competente, que é a recuperação máxima das informações contidas na mídia, minimizando o caminho do sinal e reduzindo de maneira eficaz o jitter.
Seu comando através do controle remoto é preciso e com botões fáceis de memorizar. A Roksan envia junto com o Attessa até mesmo um cabo digital coaxial, que na emergência pode perfeitamente fazer seu papel de transportar o sinal digital do leitor para o conversor externo.
Aí muitos de vocês devem estar se perguntando: mas não seria mais fácil investir em um CD-Player em vez de um transporte que apenas lê PCM? Depende da situação. Caso você tenha um bom integrado com um DAC incluso, como é o caso de inúmeros bons integrados atuais, será muito mais interessante um bom transporte do que um CD-Player mais caro que o Attessa, e que provavelmente não terá um DAC interno tão bom como dos melhores integrados Estado da Arte.
E a segunda hipótese, para a existência de CD Transporte, é para aquele audiófilo que não caiu pela segunda vez na história do ‘novo padrão’, como caiu na passagem do analógico para o digital, se desfazendo a preço de ‘banana’ de seus LPs. E que, ainda que tenha um streamer, continua ouvindo seus CDs.
Então vá se acostumando, pois inúmeros fabricantes estão voltando a lançar CD Transporte, como a Roksan e a Audiolab, buscando atender os audiófilos que não estão dispostos a investir nos transportes ultra hi-end.
O gabinete é de aço chapeado, e o painel frontal é de alumínio anodizado. No painel você pode manualmente deixar o produto em standby, ejetar o disco, voltar a faixa, pausar e dar play. No controle remoto você terá mais autonomia para uso de todos os controles necessários.
Como já escrevi, o Attessa dispõe de apenas uma saída S/PDIF coaxial PCM (16-bits /44.1 kHz). E reproduz apenas CD/CD-R Red book.
Para o teste utilizamos ele com as 4 caixas disponíveis: JBL L100 Classic, Harbeth Compact 7ES-3 XD (leia Teste 1 nesta edição), Monitor Audio Gold 300 série 5, e Estelon X Diamond Mk2. Os cabos coaxiais foram vários: o da própria Roksan, Chord Clearway Digital, Transparent Audio Reference G5, e Quintessence da Sunrise Lab.
Para os que não acreditam que cabos fazem diferença, ótimo! Pois o cabo que vêm com o Attessa é bastante honesto. Falta maior arejamento nas duas pontas, a região média é um pouco mais escura e, quando se escuta passagens com muita informação, o som tende a chapar e ficar bidimensional, e mais frontalizado. Mas para os que não acreditam em diferenças em como o ‘zero e o um’ estão sendo transmitidos, está tudo certo.
Com o cabo original, o Roksan Attessa seria injustamente sacrificado com a perda de pelo menos 6 pontos. E se o sujeito também não acreditar em cabo de força, e colocar o original emborrachado, o Attessa perderá mais uns 4 a 5 pontos.
E o que são 10 a 11 pontos, não é mesmo?
Então, aos que acreditam que cabos podem melhorar a performance de um sistema hi-end, usem os cabos originais enquanto ganham fôlego para novos upgrades. Mas saibam de antemão, que o produto estará sendo subutilizado.
E uma outra informação (aos que acreditam em cabos): ele melhora muito se os cabos de força e digital forem escolhidos criteriosamente.
Tanto que o testamos ligado a dois excelentes DACs, um de 100 pontos com fonte externa e outro de 105 pontos, e ficou claro que a escolha de cabos para atender as exigências de DACs de alto nível, deu resultado no Roksan Attessa.
Você não vai colocar um Dynamique Apex, ou um Transparent Reference G5, nem tampouco um Quintessence Aniversário. Mas sim um bom coaxial, que possua uma assinatura sônica aberta, detalhada, com boa extensão nas pontas, equilibrado tonalmente e que consiga em passagens com muita informação manter o palco sem chapar ou deixar tudo frontalizado.
De cabos nacionais eu indico as séries mais intermediárias, tanto da Virtual Reality, como da Sunrise Lab, e dos importados gosto muito das linhas atuais da Kimber Kable, Chord, QED e Dynamique Audio. Todos esses certamente atenderão muito bem ao Roksan Atessa.
O mesmo em relação aos cabos de força: um Transparent PowerLink MM2 foi matador. Quem sabe se consegue um usado no mercado por um bom preço, ou um Oyaide, ou os nacionais da Sunrise Lab ou Virtual Reality.
Usei esses quatro com excelente resultado. E com todos recuperamos os 11 pontos perdidos com os cabos originais.
Aos incrédulos, sei que não terei argumentos suficientes. Aos que já ouviram diferenças, entenderão bem aonde desejo chegar: que é extrair o máximo desse Transporte da Roksan.
Gostei de sua maneira de ler os discos, pois possui autoridade, firmeza na apresentação de microdinâmica, velocidade para ditar corretamente o ritmo e tempo da música, corpo harmônico surpreendente para o seu preço, e a macrodinâmica correta – ainda que não leve o ouvinte a pulos e sustos.
O equilíbrio tonal com os cabos corretos, será o do DAC, assim como a apresentação das texturas e da materialização física do acontecimento musical (organicidade).
Mas, para se ter esses três quesitos de maneira correta, significa que o Roksan está cumprindo seu papel de ler corretamente os bits e entregar adiante.
Ele casou muito bem com o Gold Note DS-10. Diria que foi uma grande surpresa, pois o DS-10 com a sua fonte externa é um Estado da Arte de 100 pontos! Então, achei que ele, à princípio, seria muita areia para o caminhão do Roksan, e não foi!
Por isso que me animei, ao final do teste, em ligar o Roksan ao Nagra TUBE DAC e ver se ele despencaria do precipício, ou se manteria sua ‘dignidade’, de ser esforçado e coerente.
E manteve!
Quem tem um sistema ajustado acima de 95 pontos, sabe o drama que é quando algum componente vai para a manutenção, ou foi vendido, o que significa ‘adaptar’ a audição a um elo fraco que entra para ‘quebrar o galho’. Quem já não teve que usar aquele velho e surrado Oppo como transporte, enquanto o seu Transporte foi para o estaleiro?
Quantos, por um longo período, não insistiram nessa composição, de pegar a saída coaxial do seu CD/DVD e usá-lo como transporte até perceber que essa composição estava destruindo todo o investimento feito e o gosto em ouvir sua música?
O Attessa não será um estepe, isso eu garanto meu amigo. Em sistemas de 88 a 92 pontos, ele não será o elo fraco de seu sistema, e poderá lhe surpreender em como se esforça para entregar o que prometeu a um custo muito honesto.
Se você possui mais de 500 CDs, não caiu no canto de sereia do streamer já estar no mesmo patamar que o CD, e possui um DAC (seja externo ou interno no seu integrado), faça esse investimento. Garanto que se sentirá feliz por resgatar seus CDs e poder comparar com o streamer, e perceber a burrada que estaria a cometer se vendesse seus discos.
Espero que, em breve, o mercado tenha mais opções de Transportes bons e baratos!
Certamente isso dará, aos que estão sem poder ouvir sua cedeteca, a chance de recuperar essas gravações novamente.
Uma bela surpresa sem dúvida alguma!
PONTOS POSITIVOS
Excelente relação custo / performance.
PONTOS NEGATIVOS
Irá exigir um cabo de força e coaxial à altura, para se extrair todo seu potencial.
ESPECIFICAÇÕES
Controles no painel | Standby, Eject, Previous track, Play/Pause, Next track |
Controle remoto infravermelho | Sim |
Saídas (Digitais) | S/PDIF coaxial (16bit/44.1kHz) |
Formatos de disco | CD / CD-R: Red-book audio |
Dimensões (L x A x P) | 432 x 76 x 349 mm |
Construção | Gabinete de chapa de aço, e painel de alumínio anodizado |
Peso | 6.1 kg |
TRANSPORTE DE CD ROKSAN ATTESSA
Equilíbrio Tonal 11,0
Soundstage 11,0
Textura 11,0
Transientes 12,0
Dinâmica 10,0
Corpo Harmônico 12,0
Organicidade 11,0
Musicalidade 12,0
Total 90,0
VOCAL: 10,0
ROCK . POP : 10,0
JAZZ . BLUES: 10,0
MÚSICA DE CÂMARA: 10,0
SINFÔNICA: 10,0
Link para o teste completo: